Mesmo depois do Protocolo de Kyoto entrar em vigor, muitos continuam preocupados com o destino do planeta e lutam por soluções alternativas.
por Ricardo Cabral Pereira
O aquecimento global se aproxima cada vez mais de um ponto crítico: depois de atingi-lo, ocorreriam secas mais fortes, falta de água, as florestas começariam a desaparecer e o nível dos mares aumentaria. Tal ponto sem retorno, de acordo com o jornal britânico “The Independent”, seria o aumento em dois graus da temperatura média do planeta em 1750 – antes da Revolução Industrial. Desde 1860, essa temperatura já subiu 0,8%, alcançando 15 graus, e a humanidade – ou parte dela –, começa a perceber seu dever de preservar o mundo.
Além disso, algumas importantes fontes de água doce, como o rio Amarelo, da China, o Colorado, nos Estados Unidos e o Rio Grande, no México, já estão se tornando escassas e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep) alerta que, dentro de 20 anos, 48 países deverão enfrentar falta de água, o que afetará cerca de 2,8 bilhões de pessoas. E, infelizmente, não pára por aí: se nada for feito, esse número pode alcançar 4 bilhões em 2050, assim como, no mesmo ano, é provável que o número de animais e vegetais condenados à extinção chegue a 1,25 bilhão devido ao efeito estufa.
Notoriamente, vive-se um dilema: enquanto de um lado está a sociedade capitalista do progresso e do consumo, do outro encontram-se as dádivas naturais pré-fabricadas que sempre estiveram ao nosso redor mas que hoje perigam à extinção juntamente com toda e qualquer raça biológica terrestre.
Hoje, já começamos a vivenciar o processo da vingança da Natureza com seus tsunamis, terremotos, tornados, secas e enchentes, fazendo com que a população mundial comece a tomar consciência dos malefícios advindos de sua negligência passada e, mesmo assim, ainda hesite em tomar atitudes que possam de alguma forma conter o avanço do aquecimento global.
A fim de tentar amenizar essa situação ameaçadora, entrou em vigor em 2005 o pacto entre cento e quarenta e um países – tanto desenvolvidos como subdesenvolvidos – que inclui o Brasil e pretende diminuir a emissão de gases poluentes que provocam o efeito estufa, sendo o principal deles o dióxido de carbono (CO2).
O Protocolo de Kyoto, firmado numa conferência na cidade de mesmo nome, no Japão, em 1997, entrou em vigor com um ano de atraso e, inicialmente, a meta é que os níveis de emissão sejam diminuídos em 5,2% em relação aos de 1990, redução que deve ocorrer entre 2008 e 2012: essa será a primeira fase exclusiva aos trinta e nove países mais industrializados. Caso algum deles não a cumpra, segundo um acordo ratificado em 2001, haverá uma multa de mais 30% de cortes nas emissões da segunda fase, que deverá começar em 2013.
Os esforços para que as metas sejam cumpridas são grandes: na União Européia, por exemplo, as fábricas e usinas de energia recebem cotas de emissão de dióxido de carbono e, caso ultrapassem-nas, têm que pagar multas. Porém, mesmo assim, alguns países participantes da primeira fase, como Espanha e Portugal, não estão conseguindo implementar as medidas necessárias. Segundo o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que supervisiona o tratado, em 2002 os dois países emitiam 40,5% a mais que os níveis de 1990.
O que não foi surpresa para muitos é que o protocolo não conta com a presença do país que emite, sozinho, cerca de 36% do total lançado na atmosfera por todo o mundo: os Estados Unidos. O atual presidente, George W. Bush, alegou que o pacto era caro demais e prejudicaria a economia do país, altamente dependente de combustíveis fósseis, negando que as alterações climáticas estivessem relacionadas com a poluição industrial.
O filme de ação “O Dia Depois de Amanhã” (2004), produzido pela Fox, mesmo mostrando de forma exacerbadamente ficcionista os possíveis efeitos do aquecimento global faz uma crítica ao posicionamento do país norte-americano quanto ao pacto. No início vemos o Presidente indo contra o protocolo e, no final, o país se redime perante o mundo por seu erro de ser negligente com essa questão. “A ameaça de uma mudança climática global é o único problema grande o suficiente para forçar todos os países do mundo a darem um fim às guerras e trabalharem juntos para salvar o planeta”, declarou Roland Emmerich, diretor do filme.
É necessário que todos colaborem buscando um equilíbrio entre homem, natureza e desenvolvimento, e daí surgiu a idéia de se tornar Carbono Neutro, o que significa, em síntese, diminuir o lançamento dos poluentes, adotar meios para conservar a energia e fazer o plantio de árvores, recompensando de alguma forma as suas próprias emissões diárias do gás. “O aquecimento global é um fenômeno de dimensões tão impressionantes e complexas que é tentador jogar as mãos para o céu e dizer, ‘o que eu posso fazer a respeito?’”, alerta Mark Gordon, produtor do filme, “Se tornar Carbono Neutro é uma ajuda”.
Nesse sentido, nota-se a importância da conscientização humana sobre os danos que estamos causando ao planeta e às nossas próximas gerações: devem ser feitos investimentos na educação ambiental de modo a se encontrarem soluções, mesmo que pequenas e individuais, para esse problema. É um primeiro e simples passo que pode se tornar a salvação.
Comentários do editores do ECOnotícias
1. O texto não está no formato de uma notícia jornalística, mas de um artigo. Não
possui lead, sem tanta objetividade em passagens como: “...processo da vingança
da Natureza...”.
2. Se o Protocolo de Kyoto é um foco do texto, ele não deveria ser citado no final,
mas no início. Explicar melhor a razão pela qual o Protocolo não está funcionando como o esperado.
3. O sub-título cita “soluções alternativas” que não são explicitadas com destaque
no texto. Há referências apenas ao Carbono Neutro.
4. A citação do filme ficou um pouco solta no texto.
5. “(...) de forma exacerbadamente ficcionista” – ficcionista é quem escreve
obras de ficção. Fictício é o adjetivo.
6. “É necessário que todos colaborem (...), e daí...” – deveria haver um ponto
final antes de e daí. A mudança súbita de uma frase que começa como um apelo,
para a explicação da questão do carbono neutro foi um tanto precipitada.
7. “se tornar Carbono Neutro” deferia estar entre aspas no texto, para deixar claro
ao leitor que se trata de uma expressão, até porque se trata de uma figura de linguagem.
8. “(...) processo de vingança da natureza” – essa passagem dá um tom de
sensacionalismo a seu artigo, que, de modo geral, é bastante sereno e informativo.Parabéns, Ricardo! Muito bem escrito e bem informativo.
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