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É necessário destacar que o texto possui mais traços de um crônica do que uma cobertura jornalística. Apresenta opinião pessoal da autora, traz verbos na primeira pessoa, não tem lead (ver texto entregue no primeiro dia da oficina), carrega muitas adjetivações. Comentamos o texto tendo isso em mente.




Matéria por Raquel Oliveira



Eleições, seja de que espécie forem, não costumam me empolgar. As prévias para o pleito presidencial de 2008 dos Estados Unidos, contudo, têm sido – por mais esquisito que pareça – uma exceção; então foi de muito bom grado que compareci ao debate realizado pelo jornal O Globo em sua sede no dia 19 deste mês, cujos participantes foram Roberto Abdenur, Luiz Felipe Lampreia, Marco Scalércio, Sandra Cohen (mediadora) e Thomas Schaler, professor adjunto de Ciência Política da Universidade de Maryland, nos EUA.


Todos os participantes da mesa enfatizaram o ineditismo da campanha. E o inusitado não é só o fato de ter uma mulher e um negro na corrida ou o amplo uso da mídia pelos candidatos: é a primeira vez, em pelo menos 16 anos, que a eleição é realmente competitiva e aberta, pois nas últimas sempre havia um ex-vice-presidente, filho de ex-presidente ou até mesmo o próprio chefe de estado na disputa. Pode-se alegar que a Hillary Clinton, por ser esposa do Bill Clinton, não poderia ser considerada uma novidade. Creio que nesse caso o gênero e a maturidade política sobrepuseram os laços conjugais. Mas, verdade seja dita, os participantes da mesa, além de não dar muita atenção à senadora, já mencionam Barack Obama como o grande vencedor das prévias. Sinceramente, parece que vai ser mesmo.





Independente de quem seja o escolhido pelo partido Democrata, a eleição promete ser acirradíssima. Isso também foi mencionado pelos debatentes. A imagem do partido Republicano está desgastada, mas não o suficiente para inviabilizar a vitória de John McCain. Ele tem um discurso conservador que ainda agrada os eleitor médio (branco e conservador) americano, fora sua experiência política e pessoal. Como já foi divulgado, ele lutou na Guerra do Vietnã, ficou preso por cinco anos, foi torturado e mesmo assim não delatou ninguém. A honra ainda pesa bastante e ela pode ser um trunfo para o senador.






Por outro lado, temos Obama. Jovem, inexperiente, com poucas propostas concretas . O que justifica o seu crescimento vertiginoso nas pesquisas? Simples: ele toca no ponto fraco. Não há como negar que esperança, dignidade, “mudança na qual podemos acreditar” - o lema da campanha – atraem a população cansada e amedrontada. Como orador brilhante que é, Obama soube aproveitar o momento histórico frágil a seu favor e recheia seus discursos com essas palavras mágicas. Não que isso seja ruim. A questão é o modo como ele chama os eleitores, não sua competência; contudo, o desafio será conquistar os indecisos, os conservadores e os que apoiam o casal Clinton. Para essa tarefa árdua, será preciso um pouco mais do que Barack tem mostrado, sem dúvida.



Sinto informar que a América Latina e mais especificamente o Brasil não são prioridades nem para McCain nem para Obama . O que não é surpresa nenhuma, na minha opinião. O futuro presidente terá que lidar com os questões internacionais delicadas, sem mencionar os barris de pólvora do Irã, Iraque, Rússia e Venezuela, que parecem preocupar consideravelmente Abdenur . Ele inclusive mencionou o perigo de um confronto direto entre os EUA e o país de Mahmud Ahmadinejad. As conseqüências, desnecessário dizer, seriam apocalípticas. Tendo tanto para se preocupar, duvido que o chefe de Estado dará muita atenção para os problemas brasileiros, incluindo a questão do protecionismo agrícola, que só tende a aumentar .



Mas, para o blog da Escola de Comunicação da UFRJ, o mais interessante mesmo é descrever o modo como as assessorias de imprensa de cada candidato usam a mídia para atingir seus objetivos. Confesso que a explicação apresentada pelo professor Schaler foi o que mais chamou minha atenção. Pois bem, há seis grandes formas de se usar a Comunicação em uma campanha presidencial: Ligações em conferência, vídeos na Internet, levantamento de fundos online, formação de conexões sociais, mensagens de texto e ligações gravadas. Todas são auto-explicativas, mas quero deixar um exemplo de como Obama usou as mensagens de texto. Em um de seus comícios feitos junto com Oprah Winfrey, com cerca de cinqüenta mil pessoas, os voluntários distribuíram cartões com cinco números de telefone para cada pessoa. Depois que todos se ajeitaram, uma pessoa subiu ao palco e pediu para que quem tivesse celular levantasse a mão. Podemos imaginar que eram muitos braços levantados... então, a mesma pessoa pediu que cada um pegasse seu telefone, ligasse para cada um dos números no cartão que havia recebido e dissesse para quem atendesse o porquê dele(a) estar apoiando Barack. E, depois de terem feito essas ligações, deveriam mandar um mensagem de texto para o número que aparecesse no telão, para que cinco números fossem sorteados para conhecer Obama e Oprah! Isso foi simplesmente impressionante! Além de ter conseguido uma forma de contato com todas aquelas pessoas, ele ainda fez muitas ligações sem gastar um tostão! Não disse que essas eleições estão sendo empolgantes? Mal posso esperar.

Comentário dos editores:


1. No trecho "Ele inclusive..." - ele quem? Dá para entender que é o Abdenur, mas isso não está muito claro.
2. Você pode até saber qual o país de Mahmud Ahmadijenad, mas os leitore não sabem que é o Irã.
3."Creio que nesse caso (...)" - é vc quem está falando ou foram os palestrantes?!
4. Evite a repetição de palavras no mesmo palavra, como no caso da expressão "participantes da mesa". Por quê vc não usa convidados, palestrantes, especialistas, etc.?
5. Debatentes?? Essa palavra existe? Mesmo que exista, sugerimos usar outra.
6. Tente começar a matéria destacando o que foi dito de mais interessante.
7. Quem são essas pessoas (Roberto Abdenur, Luiz Felipe Lampreia, Marco Scalércio, Sandra Cohen )? É preciso identificar suas 'credenciais' que as levaram a estar nesse evento, discutindo esse assunto.
8. "... para o blog da Escola de Comunicação(...)" Por quê só para o blog da ECO? Você pode até estar direcionando seu discurso a estudantes da ECO, mas não precisa mencionar isso.
9. "Ligações em conferência" - a palavra 'Ligações' deve estar em caixa baixa.
10. Tente elaborar melhor o último parágrafo, já que ele é a parte mais interessante para nós, como vc disse. Seria bom também dividi-lo, pois ele destoa em tamanho dos outros e acaba contendo informação demais.
11. Você precisa de um título!

Conclusão:

Um questão que nos chamou a atenção é que o texto está confuso no que se refere às falas dos palestrantes. Nâo sabemos se você falou certas coisas a partir do que entendeu ou se apenas transcreveu as falas dos palestrantes. Tome muito cuidado com isso!
É interessante colocar as falas dos convidados para corroborar o que você diz no texto. Por exemplo: "segundo Fulano de Tal, Obama é jovem, inexperiente e tem poucas propostas concretas". Dessa forma, sua argumentação fica mais forte. Você, como estudante de comunicação do primeiro período, ainda não tem tanta credibilidade para fazer juízos de valor como esse. Portanto, justifique e explique o que você está dizendo.
A organização dos parágrafos ficou um pouco confusa. Se um assunto não tiver nada a ver com o prágrafo anterior, crie um subtítulo para introduzi-lo no texto. Assim, o leitor não se perde.
Por fim, sugerimos que você reescreva o texto como uma matéria jornalística. Se precisar de alguma ajuda, estamos a sua disposição. Querendo marcar uma reunião, é só mandar um e-mail ou mesmo usar o telefone, ok?

Parabéns, Raquel!

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